Um milagre eucarístico do século XIII está relacionado à origem da solenidade de Corpus Christi, que a Igreja celebra na quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade, embora em alguns países as igrejas locais decidem movê-la para o domingo seguinte, por uma questão pastoral.
Nesta solenidade, a Igreja presta à Eucaristia um culto público e solene de adoração, gratidão e amor, sendo a procissão de Corpus Christi uma das mais importantes em toda a Igreja Universal.
A festa de Corpus Christi surgiu na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon. Ela tinha visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia.
Aconteceu que, em meados do século XIII, padre Pedro de Praga, um sacerdote que duvidava da presença de Cristo na Eucaristia, decidiu realizar uma peregrinação a Roma para rogar, sobre o túmulo de São Pedro, a graça da fé. Ao retornar, enquanto celebrava a missa em Bolsena, na cripta de Santa Cristina, a Sagrada Hóstia sangrou, manchando o corporal.
A notícia chegou rapidamente ao papa Urbano IV, que se encontrava muito perto, em Orvieto. Ele era um arcediago de Liège e havia conhecido a beata Cornilon e percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.
Papa Urbano IV mandou que o corporal fosse levado até ele. Isso foi feito em procissão e, quando o pontífice os encontrou na entrada da cidade, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Mais tarde, em 1264, o papa publicou a Bula Transiturus de hoc mundo, com a qual ordenou que a Solenidade de Corpus Christi fosse celebrada em toda a Igreja na quinta-feira após o domingo da Trindade.
O papa encomendou a santo Tomás de Aquino a produção de um ofício litúrgico para a celebração e a composição de hinos, que são entoados até hoje: Tantum Ergo, Lauda Sion.
O papa Clemente V, no Concílio Geral de Viena (1311), ordenou uma vez mais esta Solenidade e publicou um novo decreto no qual incorporou o de Urbano IV. Posteriormente, João XXII instou sua observância.
A celebração dessa solenidade consta de uma missa, procissão e Adoração ao Santíssimo Sacramento.
No Brasil, uma tradição que se espalhou pelas cidades do país é a confecção de tapetes para a passagem da procissão. Os desenhos dão ênfase aos temas sobre a Eucaristia, mas a criatividade das comunidades dá um toque especial, com o uso dos mais diversos materiais, como serragem e pedras coloridas, borra de café, flores, areia, entre outros.