"Ninguém gosta de estar perto de uma pessoa que vive de cuspir maldição e de falar e desejar o mal aos outros"

Ope. Cido Pereira, que mantém uma coluna de perguntas e respostas no portal O São Paulo, da arquidiocese paulistana, esclareceu uma interessante dúvida do leitor Mário Rogério Leme, que quis saber se sofremos consequências quando desejamos coisas ruins a alguém, ainda que nos arrependamos.

O sacerdote observou primeiramente que “todos nós, em momentos de ira, podemos dizer coisas que machucam as pessoas”, e acrescentou que, “passados esses momentos”, todos acabamos ouvindo a nossa consciência “que nos acusa e grita: ‘Ei! O que que você fez? O que você disse?'”.

O pe. Cido prosseguiu:

“O problema é que a consciência nos acusa, mas, infelizmente, o orgulho não nos deixa pedir perdão, pedir desculpas, dizer: ‘Olha, foi num momento de branco na minha cabeça que eu disse aquilo, me perdoe. Eu estou envergonhado do que disse'”.

Abordando diretamente a questão apresentada pelo leitor, o sacerdote continuou:

“Você me pergunta se esses destemperos verbais trazem alguma consequência. Eu vou dizer uma coisa: trazem se eles se repetem continuamente e nós não nos damos conta deles. Eles vão nos tornando pessoas amargas, nos afastando dos outros, nos isolando. Ninguém gosta de estar perto de uma pessoa que vive de cuspir maldição e de falar e desejar o mal aos outros. Por isso, é bom que a gente se policie, que conte até dez antes de dizer alguma coisa”.

E aconselhou:

“Sobre falar dos outros, fazer aquilo que chamamos de maledicência, há uma regra aprendida dos santos que deveríamos tê-la sempre na memória e no coração. Quando nos vier aquela coceirinha na língua, aquela vontade de acabar com alguém que nos prejudicou ou nos é antipático, a gente tem de responder a três perguntas:

  1. É verdade o que eu vou dizer?
  2. É construtivo? Vai ajudar a pessoa?
  3. É necessário mesmo dizer isso?

Se a resposta, ainda que seja para uma só destas três perguntas, for não, fique quieto, não fale. Se as três respostas não forem sim, engula suas palavras”.

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