O papa Francisco exortou hoje (5) a refletir sobre o uso do dinheiro e sobre o mal que uma economia “insana” faz. “Na passagem do Evangelho, quando Jesus nos diz que não se pode servir a dois senhores: ou você serve a Deus, um Senhor, ou você serve – eu esperava que dissesse ao diabo – e não diz diabo, diz dinheiro. Ou você serve a Deus ou você serve ao dinheiro. Pior que o diabo”, disse o papa Francisco, ao receber no Vaticano os membros da Fundação Centesimus Annus Pro Pontifice, que celebram nestes dias os 30 anos de sua fundação.
“Devemos tentar entender o que Jesus quer dizer com isto, há uma mensagem. Ou serve a Deus ou você é servo do dinheiro. Não é livre”, acrescentou o papa Francisco durante a audiência à fundação que promove o conhecimento da doutrina social cristã e a informação sobre as atividades da Santa Sé entre pessoas qualificadas para seu compromisso empresarial e profissional na sociedade.
“Na exortação apostólica Evangelii gaudium, quis alertar sobre o perigo de viver a economia de maneira insana”, disse o papa.
Francisco disse que muitos dos membros da Fundação Centesimus Annus Pro Pontifice “trabalham no âmbito econômico”. Por isso, “eles sabem bem como pode ser benéfica para todos uma forma de imaginar a realidade que coloque a pessoa no centro, que não subestime o trabalhador e que procure criar o bem para todos”
“Ninguém se salva sozinho e a redescoberta da fraternidade e da amizade social é decisiva para não cair num individualismo que faz perder a alegria de viver”, disse o papa.
“Para que a comunidade realmente se torne um lugar onde os fracos e sem voz possam se sentir acolhidos e ouvidos, o que é preciso de todos é esse exercício que poderíamos chamar de ‘fazer espaço’. Cada um retrai um pouco o próprio 'eu'” para permitir que “o outro exista”, acrescentou.
“Mas isso exige que o fundamento da comunidade seja a ética do dom e não a da troca”, disse.
“Pensar e agir em termos de comunidade é, portanto, fazer espaço aos outros, é imaginar e trabalhar por um futuro onde cada um possa encontrar o seu lugar e ter o seu espaço no mundo. Uma comunidade que saiba dar voz a quem não tem voz é o que todos nós precisamos”, concluiu o papa Francisco.
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