Eles abraçaram o catolicismo com cada fibra do seu ser

Existe uma falácia frequente que diz que devemos “curtir a vida enquanto somos jovens”, no sentido de que os jovens devem divertir-se ao máximo, rodar o mundo e desconsiderar toda “regra” que pareça limitar a sua “liberdade”.

Nessa perspectiva, a religião costuma ser vista como uma barreira para a suposta “liberdade”, muito embora, no fim das contas, essa ilusão de liberdade não passe de submissão acrítica a um estilo de vida que é imposto de fora para dentro. Não surpreende que cada vez mais jovens afirmem que não seguem religião nenhuma.

Não é o caso, porém, de São Luís Gonzaga e de outros muitos santos que morreram na casa dos 20 anos. Em vez de “curtir a vida” no sentido ilusório que o mundo propõe, eles se entregaram “com tudo” a Cristo e abraçaram o catolicismo com cada fibra do seu ser. Não viam as regras como limitações à sua suposta liberdade, mas como orientações que nos abrem à verdadeira liberdade.

Estes santos nos lembram que a nossa vida na terra é curta e que não sabemos o dia nem a hora em que Deus nos chamará para a eternidade. Devemos estar preparados, e não tratar a vida eterna como um exame da faculdade para o qual estudaremos na véspera. Esses jovens santos nos lembram que hoje mesmo pode ser o nosso último dia nesta passagem por este mundo – e a eternidade nos reserva a plenitude da nossa vida.

Em busca de inspiração, contemplemos estes heroicos jovens santos que não achavam que a religião fosse coisa das senhoras de cabelos brancos no fundo da igreja.

São Luís Gonzaga

Filho de família nobre, ele renunciou aos títulos e à herança. Ingressando na ordem jesuíta aos 17 anos, dedicou-se decididamente a ajudar as vítimas da peste em Roma, cuidando de todas as suas necessidades. Ele próprio morreria aos 23 anos em decorrência da peste. Sua festa é celebrada em 21 de junho.

São João Berchmans

Inspirado na vida de São Luis Gonzaga, ele também se juntou aos jesuítas aos 17 anos. Desejava ser missionário na China depois de ordenado. Não viveu para ver esse dia, mas já era reconhecido pela sua santidade e austeridade de vida. Morreu aos 22 anos, de disenteria. Sua festa é celebrada em 26 de novembro.

Santas Perpétua e Felicidade

Quando foram presas por serem cristãs, a nobre Santa Perpétua, casada, ainda amamentava o seu bebê, e a escrava Santa Felicidade estava grávida. Perseguidas juntas, ambas foram martirizadas no ano 203, durante uma das ondas persecutórias do Império Romano contra os cristãos. Felicidade tinha 22 anos quando foi morta. O dia da festa das duas santas é 7 de março.

Santa Teresa de Lisieux

Santa Teresa de Lisieux
Santa Teresa de Lisieux

Conhecida como a “Pequena Flor”, Santa Teresinha do Menino Jesus quis ser freira desde jovem e conseguiu permissão especial para entrar no carmelo aos 15 anos. Sua autobiografia “A História de uma Alma” é um dos livros mais lidos em toda a trajetória da Igreja Católica. Teresa morreu aos 24 anos, de tuberculose. Sua festa litúrgica é celebrada em 1º de outubro. O Papa São João Paulo II a proclamou Doutora da Igreja.

Santa Gemma Galgani

Mística italiana, Santa Gemma desejava entrar para os passionistas, mas foi impedida por causa de sua saúde. Era conhecida pela santidade e por suas visões. Lutou bravamente contra o diabo e morreu de tuberculose aos 25 anos. Sua festa é celebrada em 11 de abril.

Santa Germana Cousin

Desprezada e maltratada pela própria família, Santa Germana foi pastora e viveu uma vida breve e repleta de grandes sofrimentos. Era assídua na recepção dos sacramentos e rezava o rosário regularmente. Morreu aos 22 anos. Particularmente amada em seu país natal, a França, Santa Germana Cousin é celebrada liturgicamente em 15 de junho.

Santa Kateri Tekakwitha

Santa Kateri Tekakwitha
Santa Kateri Tekakwitha

Conhecida como “Lírio dos Mohawks”, tribo indígena norte-americana da qual fazia parte, Santa Kateri se converteu à fé católica graças ao exemplo dos missionários franceses. Reconhecida pela pureza e pela fé inabalável, morreu aos 24 anos e tem seu dia litúrgico em 14 de julho.

São Carlos Lwanga

Membro da tribo muganda, São Carlos era chefe dos pajens reais e foi morto pelo rei Mwanga II por se recusar a abandonar a fé católica. Sofreu o martírio aos 21 anos. Sua festa é celebrada em 3 de junho. Refletindo sobre a sua morte, o bispo dom Robert Barron observou que a evangelização “coloca o evangelizador em perigo”.

Santa Isabel da Trindade

Desejando desde jovem entrar no carmelo, Santa Isabel recusou muitos pedidos de casamento e finalmente conseguiu entrar para o convento aos 21 anos. Era reconhecida pela santidade e é frequentemente comparada a Santa Teresa. Morreu aos 26 anos e foi canonizada pelo Papa Francisco em 16 de outubro de 2016. Sua festa é celebrada em 8 de novembro.

Beato Pier Giorgio Frassati

Pier Giorgio Frassati
Beato Pier Giorgio Frassati

Dominicano da Ordem Terceira, o beato Pier Giorgio era um jovem esportista italiano, muito engajado na política e apelidado de “Homem das Bem-Aventuranças” devido à sua vasta e silenciosa caridade, cuja extensão a sua família só descobriu quando milhares de pessoas apareceram na sua casa para lamentar a sua morte. Foi vítima, aos 24 anos, de um vírus da poliomielite de rápida propagação. Sua festa litúrgica é celebrada em 4 de julho.

Todos estes santos morreram no auge da juventude, mas nenhum teria trocado a firme fé em Deus pela “curtição da vida”. Todos eles nos lembram que a vida é muito curta e que mais vale nos ocuparmos da eternidade para nós e para o próximo do que nos entregarmos às loucuras passageiras deste reino terreno.


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