“O cristão é um apóstolo humilde, não vaidoso”, disse Francisco em sua catequese semanal sobre a paixão em evangelizar
Na Praça de São Pedro lotada de fiéis peregrinos de todo o mundo, o Papa Francisco realizou, na última quarta-feira (15), a primeira Audiência Geral após celebrar seus 10 anos de pontificado.
O Santo Padre, em sua catequese sobre a paixão em evangelizar, foi categórico ao nos ensinar, na escola do Concílio Vaticano II, o valor de ser um apóstolo nos dias de hoje, que somos enviados ao mundo para uma missão pelo Cristo Ressuscitado transmitindo a força que Ele mesmo recebeu do Pai e dando-lhes o seu Espírito.
“A palavra ‘apóstolo’ traz-nos à mente o grupo dos Doze discípulos escolhidos por Jesus. Mas estamos conscientes de que ser apóstolo se refere a cada cristão? Estamos cientes que se refere a cada um de nós?” , nos pergunta o Papa.
Atender o Cristo que nos chama
Francisco ressalta um fator fundamental para sermos reais apóstolos, que é simplesmente a vocação, ou seja, o chamado que o Senhor faz a todos nós, assim como fez com os discípulos e também com o testemunho de São Paulo, conhecido como “Apóstolo de Cristo” (Rm 1, 1)
“Deus também nos escolhe para serviços que às vezes parecem sobrecarregar nossas capacidades ou não corresponder às nossas expectativas. O chamado recebido como um dom gratuito deve ser respondido gratuitamente”.
Vocação não é uma promoção
Nesta catequese, outro ponto forte abordado pelo Papa é que existe a diversidade de carismas e ministérios, mas que não devem ser confundidos com cargos ou status, assim, reinando a igualdade entre todos quanto à dignidade e atuação comum a todos nós para edificar o Corpo de Cristo.
“Não há promoção aqui, e quando você concebe a vida cristã como uma promoção, que o de cima comanda os outros porque conseguiu subir, isso não é cristianismo. Isso é puro paganismo. A vocação cristã não é uma promoção para subir, não! Isso é outra coisa”.
Jesus nos chama a servir com humildade e diálogo
Finalizando a sua catequese de quarta-feira, Francisco alerta que a vocação que Jesus dá, a todos, mas também para quantos parecem estar em lugares mais elevados, é a do serviço, o serviço aos outros e para que possamos repensar sobre o poder que nossas palavras tem para influenciar de forma positiva ou negativa dentro de nossas comunidades.
“Enquanto procuramos dialogar com o mundo, também sabemos dialogar entre nós, crentes? Ou na paróquia um vai contra o outro, uma fala mal do outro para subir mais? Sabemos ouvir para compreender as razões do outro, ou será que nos impomos, até mesmo usando palavras suaves?
Ouvir, humilhar-se, estar ao serviço dos outros: isto é servir, isto é ser cristão, isto é ser apóstolo. Caros irmãos e irmãs, não tenhamos medo de nos interrogar com estas perguntas. Fujamos da vaidade, da vaidade dos postos.”
E como sempre em suas audiências, o Santo Padre saudou os fiéis que falam português presentes na Praça de São Pedro.
“Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, especialmente ao grupo do Colégio Senhora da Boa Nova de Estoril e também aos que vieram do Brasil! Cada um de nós é chamado a ser Apóstolo de Jesus Cristo. É a nossa vocação batismal. Peçamos à Rainha dos Apóstolos que nos ajude a responder generosamente a este chamado. Que Deus vos abençoe!”