Há 10 anos, o cardeal de Buenos Aires Jorge Bergoglio deixava de ser conhecido pelo nome de batismo para ser chamado de Francisco, primeiro papa das Américas e o “papa do fim do mundo”, como ele mesmo se denominou. Ao ser escolhido, Papa Francisco virou não apenas o comandante da Igreja Católica, mas também um líder de outras religiões. E até de quem não tem religião.

Tudo por causa de sua postura de humildade e discursos sempre voltados para os menos protegidos. E desde o começo foi assim. Bergoglio conta, por exemplo, como decidiu qual nome usaria no pontificado. O cardeal brasileiro Cláudio Hummes, morto em julho de 2022, falou com ele logo depois da votação que o colocou como papa.

“E quando fui eleito na segunda votação, todos estavam aplaudindo enquanto a contagem continuava, ele se levantou, me abraçou e disse: ‘Não se esqueça dos pobres’. Isto me toca. Um grande homem, Hummes”, contou o papa. E continuou: “Bem, os pobres, o que eu sei: São Francisco. Francisco, ponto. Então, quando o cardeal [Giovanni Battista] Re me perguntou que nome eu queria dar a mim mesmo, eu disse: ‘Francisco’”.

Foi assim que Bergoglio pediu perdão pelos abusos sexuais do clero contra menores de idade. Também pediu para a juventude católica deixar de lado os celulares e irem para as ruas promover mudanças. Ou que a Igreja Católica fosse uma “igreja em saída”, sempre em missão. E ainda que padres e outros religiosos abraçassem mais os fiéis, independemente dos pecados, e deixassem de lado os julgamentos.

Passou também pela morte do amigo e papa emérito Bento XVI, em dezembro de 2022. Com problemas no joelho, Francisco anunciou que o cansaço o faria renunciar do cargo, repetindo o discurso de que só seria papa enquanto tivesse saúde, principalmente mental.

O pontífice recebeu fortes críticas dentro da Igreja Católica pelos discursos mais voltados para os pobres. Por isso, chegou a ser chamado de “papa comunista”. Mas não deixou suas convicções de lado. Tanto que celebrou, em 2017, o primeiro Dia Mundial dos Pobres. E discursou: “Eles [os pobres] abrem o caminho para o céu e são o nosso passaporte para o céu”.

Neste ano, Francisco entrou em outro assunto delicado para a igreja, quando declarou que homossexualidade é pecado, mas não deveria ser crime.

Confira outros fatos relevantes da década de pontificado de Francisco:

  • Em 2013, após ser sacramentado papa, o pontifíce fez a primeira viagem oficial ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. O evento também marcou a primeira vez que um papa compareceu à JMJ. Já em 2014, o cardial argentino abriu a 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família para tratar desta temática pastoral no contexto da evangelização. Posando junto de Fidel Castro (foto na galeria), Francisco esteve em Cuba para incentivar a aproximação com os Estados Unidos, em 2015.
  • Após quase 20 anos de sua morte, Madre Tereza de Calcutá foi canonizada pelo papa Francisco em 2016. A oficilização ocorreu em uma missa na praça de São Pedro, frente a 100 mil fiéis.
  • Em 2017, o pontifíce instituiu o Dia Mundial dos Pobres. O primeiro ano teve como tema “Não amemos com palavras, mas com obras”.  No ano seguinte, o papa afirmou tolerância zero em relação aos crimes cometidos pelos membros do clero. Em 2019, Francisco vai ao Marrocos visando o desenvolvimento do diálogo inter-religioso, a compreensão mútua entre os seguidores distintas religiões e a promoção dos valores de paz e tolerância.
  • Visando o combate à corrupção, o pontifíce estabeleceu nova regulamentação, em 2021, para assegurar que os próprios cardeais e gestores do Vaticano sejam transparentes e honesto.
  • Em 31 de dezembro de 2022 morre o papa emérito Bento XVI, aos 95 anos. O funeral foi presidido por Francisco, em 5 de janeiro. O papa assumiu o lugar de Bento XVI após sua renúncia.

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