O papa Francisco autorizou oficialmente, por meio do Código de Direito Canônico, que as mulheres sejam leitoras e acólitas no altar.  Isso não implica que elas possam ser ordenadas padres. O anúncio das novas funções foi feito pelo Vaticano, nesta segunda-feira (11).

Com um "motu propio", uma lei papal especial, Francisco formalizou a contribuição das mulheres no altar e reconhece duas funções específicas durante as celebrações litúrgicas. Em muitos casos, elas já as exerciam, com a aprovação dos bispos.

Trata-se de um dos temas abordados em outubro de 2019 durante o sínodo (assembleia dos bispos) dedicado à Amazônia. Nele, os bispos da região recomendaram conceder às mulheres leigas mais funções dentro da Igreja (os chamados "ministérios"), devido às dificuldades em áreas remotas, onde faltam padres. 

"Estes ministérios leigos, baseados no sacramento do Batismo, podem ser confiados a todos os fiéis idôneos, sejam homens, ou mulheres", ressalta o papa.

Em sua versão de 1983, a lei confiava esses dois mandatos a "leigos".

A norma oficializa o que até agora era permitido apenas como exceção, ante as necessidades pastorais em muitos lugares.

Embora o papa permita que as mulheres subam ao altar, ele permanece avesso a qualquer forma de ordenação de mulheres. 

A ideia foi debatida pelos bispos da Amazônia e tem o apoio dos prelados progressistas da Alemanha. 

Em abril, o papa Francisco anunciou a criação de uma comissão de estudo para considerar a ordenação de mulheres diáconas, um primeiro passo para se tornarem sacerdotes.

Os diáconos podem se casar, podem proferir o sermão na missa, realizar batismos, casamentos e funerais. Não podem, no entanto, celebrar missas, dar a eucaristia, ou absolver pecados após a confissão. Estas funções são reservadas aos padres.

Em uma carta, o papa explicou que sua decisão "amplia os horizontes da missão da Igreja, evitando que ela se feche em lógicas estéreis destinadas acima de tudo a reivindicar espaços de poder".

O pontífice argentino é a favor de um maior espaço para os leigos dentro da Igreja e, em particular, para as mulheres, especialmente em suas instituições.

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