O Tríduo Pascal

Está chegando a Páscoa do Senhor, o período do Tríduo Pascal, que é celebrado sempre no dia de domingo e antecedida pela celebração da Sexta-feira Santa, feriado nacional.

É claro que, muitos de nós, pensamos em um determinado momento, no feriado prolongado, com planos de descansar, viajar ou de receber visitas, mas, no fundo, sabemos que não é só isso. O período de tempo que vai da tarde de Quinta feira santa até a manhã do Domingo de Páscoa é chamado de Triduum Sacrum; e nesses dias estão contidos o mistério pascal e o mistério Eucarístico.

A celebração desse período litúrgico nos garante a lembrança profunda dos fundamentos da nossa fé, que Jesus Cristo morreu e ressuscitou para nos livrar do pecado.

Na carta do Papa João Paulo II aos sacerdotes, por ocasião da Quinta-feira Santa, do ano de 1999, encontramos: “o Triduum Sacrum, os dias santos por excelência, durante os quais, misteriosamente, participamos no regresso de Cristo ao Pai, por meio da Sua Paixão, Morte e Ressurreição. De fato, a fé garante-nos que essa passagem de Cristo ao Pai, ou seja, a Sua Páscoa, não é um acontecimento que diga respeito só a Ele; também nós somos chamados a tomar parte nela: a Sua Páscoa é a nossa Páscoa”.


De fato, a celebração do Triduum Sacrum representa nossa aproximação com a memória do sacrifício de Jesus Cristo por nós, do Cordeiro de Deus imolado, para remissão dos pecados. E não se resume em relembrar o sacrifício de Cristo, mas em nós mesmos nos voltarmos para o caminho de Deus, renovados pelo perdão.

Esperança de vida eterna

Participar do Triduum Sacrum é também cumprir o mandamento de guardar domingos e festas de guarda e obedecer à Doutrina Católica Apostólica Romana. É que o cânone 1.247 do Código de Direito Canônico dispõe que “No domingo e nos outros dias festivos de preceito, os fiéis têm obrigação de participar na Missa; abstenham-se ainda daqueles trabalhos e negócios que impeçam o culto a prestar a Deus, a alegria própria do dia do Senhor ou o devido repouso do espírito e do corpo”.

Ao lembrarmos do mandamento de guardar domingos e festas de guarda, temos que reacender em nós a perseverança que nos mantêm no caminho dos céus.

Ao ser questionado sobre como alcançar a vida eterna, Jesus respondeu: “Por que você me pergunta sobre o que é bom? Há somente um que é bom. Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos” (Mt 19,17).

Papa Francisco também nos ensinou sobre o Decálogo (dez mandamentos) em sua Carta Encíclica Lumen Fidei: “O Decálogo não é um conjunto de preceitos negativos, mas de indicações concretas para sair do deserto do «eu» autorreferencial, fechado em si mesmo, e entrar em diálogo com Deus, deixando-se abraçar pela sua misericórdia, a fim de a irradiar”.

Dessas palavras do Papa Francisco podemos refletir: que momento melhor para deixar a si mesmo e ir ao encontro do Deus, do que o tempo Pascal?

Não há dúvidas de que Deus nos recebe a todo momento de braços abertos, ainda que, saídos de um caminho de pecado, o Pai recebe o filho pródigo com uma festa. E se, por vezes, o retorno é sofrido, por estarmos com o coração cheio de mágoas, o tempo Pascal se mostra a oportunidade de retornar.

Tempo de perdão

É neste tempo que as paróquias costumam organizar as confissões comunitárias, mais acessíveis àqueles que estão a tempos afastados da Igreja. Também, o Catecismo da Igreja Canônica nos ensina os preceitos da Igreja que se inserem na linha duma vida moral ligada à vida litúrgica e nutrindo-se dela, sendo que o terceiro preceito (comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição) garante um mínimo da comunhão com o Corpo e Sangue do Senhor, em ligação com as festas pascais, origem e centro da liturgia cristã.

Nesta Páscoa, ainda que em viagem de turismo ou para visitar a família, mesmo que se dedique estes dias ao descanso, não podemos deixar de lado aquelas poucas horas em que acontecem as celebrações pascais.

Se for viajar, informe-se sobre as paróquias próximas e dos horários das celebrações. Se for receber visitas, faça aos hóspedes este belo convite, de celebrar com sua família a memória do sacrifício de Jesus Cristo em amor à humanidade.

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