Fazer memória é algo muito importante. Papa Francisco disse, recentemente, em uma de suas homilias, que nós não podemos cometer o pecado de não fazer memória dos acontecimentos que marcam nossa vida com esperança, coragem e paciência. Justamente, porque, quando fazemos memória dos feitos de Deus, estamos recordando que Ele é o Senhor, que já fez maravilhas em nós e pode fazer muito mais, porque para Ele nada é impossível.

O que nós não podemos é ficar agarrados à memória e não vivermos o presente nem avançarmos para o futuro. São Padre Pio nos ensina a rezar assim: “O meu passado está na misericórdia de Deus, o meu futuro nas mãos da Divina Providência, e o meu presente está diante do Seu amor”. Fazer a experiência de viver essa verdade é uma das descobertas mais importantes que podemos fazer.

Não podemos deixar de viver o presente por ficarmos agarrados ao passado, porque isso nos tira o tempo da graça de Deus

Viver apegados ao passado nos tira do kairos, o tempo da graça, que é o presente onde Deus se manifesta. O nosso Deus não foi nem será, Ele é, no momento presente, Ele é Senhor agora, no lugar e na situação em que estamos vivendo, e Sua graça se manifesta assim, no presente.

Maria é um grande exemplo de quem soube passar por este mundo deixando passar as coisas que passam e escolhendo o que é essencial.

Ela viveu o presente com coragem e não teve medo de fazer memoria, de assumir sua história como sua, sem fugir dela, sem se fazer de vítima, sem ficar apegado aos fatos e sem culpar os outros. Antes, Maria, percebendo os traços de Deus em cada acontecimento de sua história, exaltava Sua misericórdia, como fez no Magnificat: “O Senhor fez em mim maravilhas. Santo é o Seu nome” (Lucas,1).

Não se culpe nem culpe os outros. A culpa é um veneno que tem aprisionado muitos corações. Deus lhe quer livre, seguindo em frente, mesmo que seja devagar. Quando o sentimento de culpa nos prende ao passado, a misericórdia de Deus nos arrasta para o futuro, e é preciso deixa-se conduzir por ela.

Lembre-se de que “águas passadas não movem moinho”. Abra seu coração ao amor de Deus, que está se manifestando, agora, neste momento presente, e deixe passar o que passa.

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